quinta-feira, 1 de abril de 2021

Alimentos Energéticos para Suínos


 

Energia é um dos principais componentes a ser considerado na composição da ração, uma vez que todos os animais necessitam de fontes constante de energia proveniente dos alimentos para sobreviver. Alimentos energéticos são aqueles que, durante o processo digestivo, tornam-se fonte direta de energia para o organismo, para que os animais possam desempenhar todas as suas funções normalmente.

O Milho é o ingrediente energético mais utilizado em dietas para suínos, devido a sua elevada concentração de amido e de extrato etéreo. Geralmente o milho possui em sua composição 7,8% de proteína, 3,8% de extrato etéreo e 3.350 kcal/kg de energia metabolizável para suínos, podendo variar de acordo com as condições do plantio (clima, adubação...). Deve-se evitar utilizar isento de toxinas e permitir um máximo de 6% de impurezas para garantir uma dieta de qualidade. A granulometria da dieta na ração também é muito importante, quanto menor a granulometria melhor a digestibilidade, porém deve-se ter cuidado no tamanho da partícula, pois partículas pequenas podem predispor ao aparecimento de ulceras.

O Sorgo é um cereal bastante utilizado na alimentação animal, em dietas de suínos o sorgo pode substituir em até 100% a dieta de suínos, os cuidados ao utilizar o sorgo nas dietas são os mesmos empregados ao milho. A composição do sorgo geralmente é em torno de 8,7% de proteína, 3,2% de extrato etéreo e 3.320 kcal/kg de energia metabolizável para suínos.

O Trigo é um cereal bastante consumido no Brasil, na alimentação animal é bastante utilizado o subproduto da indústria, o farelo de trigo, é um ingrediente que pode ser utilizado como fonte energética e proteica, apresentando aproximadamente 15% de proteína, 3,2% de extrato etéreo e 2.350 kcal/kg de energia metabolizável para suínos. A inclusão de farelo de trigo sugerida para suínos na fase inicial é de até 5%, para fase de crescimento até 15% e para fêmeas em gestação é de até 20%.

O Farelo de Arroz Integral é um subproduto obtido do beneficiamento do grão de arroz sem casca. Em sua composição física está presente o pericarpo, gérmen, fragmento de arroz e uma pequena percentagem de casca, já em sua composição química possui 12% de proteína, 14% de extrato etéreo e 3.000 kcal/kg de energia metabolizável. Apesar de uma boa composição nutricional, este ingrediente apresenta presença de elevados teores de celulose, oxalatos e fitatos, que são fatores antinutricionais. Desta forma, sua recomendação em dietas para suínos pode variar de 5 até 30% para as fases de crescimento, terminação e para fêmeas em gestação.

 Quirera de arroz são os grãos quebrados obtidos no processo de classificação do arroz para consumo humano, que possui níveis nutricionais similar ao milho. A composição nutricional da quirera de arroz é de 8% de proteína, 1% de extrato etéreo e 3.400 kcal/kg. Recomenda-se a inclusão de até 25% na ração de suínos na fase de crescimento e terminação.

Farinha integral de mandioca é um produto obtido através da raiz integral da mandioca. Em sua composição nutricional podemos observar aproximadamente 2,8% de proteína, 0,9% de extrato etéreo e 3.300 kcal/kg de energia metabolizável para suínos. Em dietas para suínos a farinha integral da mandioca pode substituir totalmente o teor de energia do milho para as fases de crescimento e terminação. No entanto, deve-se atentar para os níveis de proteínas e aminoácidos das rações, visto que este ingrediente possui teor de proteína em sua composição muito inferior ao milho.

Farelo de raspa de mandioca é um subproduto obtido da extração do amido da mandioca. Já em sua composição nutricional podemos encontrar valores aproximados de 2,6% de proteína, 0,5% de extrato etéreo e 3.000 kcal/kg de energia metabolizável para suínos. Este ingrediente possui elevado teor de fibra, além uma energia um pouco mais baixa, devendo-se evitar sua utilização na dieta de suínos na fase de crescimento, podendo ser incluído em até 30% em dietas para suínos na fase de terminação.



Atenção: Todos os ingredientes possuem variações em suas composições, devido a diferença de clima, solo, colheita, entre outros. Isso pode alterar o nível que o ingrediente pode ser incluído nas rações. Para realização da inclusão, troca de ingrediente ou ajuste de dieta é importante consultar um técnico na área para que a dieta possa atender as necessidades de seus animais.


Referências: Mafessoni, 2014; Ribeiro Jr., et al., 2018; Zardo e Lima, 1999.

Quem escreve: Liliane Olímpio Palhares

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