terça-feira, 13 de abril de 2021

Suínos: Consumo de Água

 


A água é o nutriente de maior importância, sua qualidade no sistema de produção deve recebe atenção especial pelos suinocultores. O controle deve ser feito através da limpeza frequente dos bebedouros e locais de armazenamento d’água, análises periódicas da água utilizada para consumo pelos animais, e monitoramento da temperatura da água, devendo ser mantida entre 16 e 18 °C para os suínos em todas as idades. Estes acompanhamentos possibilitarão uma água fresca, de boa qualidade e livre de sólidos totais como enxofre, nitrogênio e ferro, que é essencial para a saúde e desempenho dos suínos. 

Existem algumas variações em relação ao consumo de água pelos suínos em suas diferentes fases de vida. Leitões na maternidade terão consumo de água menor que nas demais fases de crescimento, quanto mais velho o animal maior o consumo. Fêmeas gestantes terão maior consumo de água devido a suas fases fisiológicas, maior demanda de ingestão de água para produção de leite. Animais nas fases de crescimento e terminação, com alta deposição de carne magra também necessitam de maior ingestão de água.

A água destinada ao consumo dos animais corresponde a aproximadamente 80% do uso total da água do sistema de produção. Isso significa que práticas como o controle intensivo da altura e da taxa de fluxo do bebedouro, e o tipo de bebedouro utilizados podem reduzir significativamente o uso de água no local total.

Não é recomendado o fornecimento de água em baldes ou bacias, e sim em bebedouros, os mais utilizados são: o tipo chupeta e o tipo concha, por possibilitarem ajustes de altura, dimensionamento, vazão e pressão da água nesses equipamentos para a dessedentação dos animais, além de reduzir o desperdício e o impacto ambiental.

Os bebedouros do tipo chupeta devem ser posicionados sempre 5 a 7 cm acima da altura do dorso dos suínos, respeitando uma relação de dez animais por bebedouro nas fases de creche, crescimento e terminação. Já os bebedouros tipo concha, o ideal é que sejam fixados a 18 cm do chão, esse tipo de bebedouro necessita de maior controle de limpeza devido ao acumulo de resíduo.

Existem outros fatores que interferem no consumo de água pelos suínos, além da variação das diferentes fases da vida, são ele:

Dieta: a quantidade de ração ingerida, o teor de sal, proteína e fibras presentes nas dietas, pois quanto maior a proporção maior a ingestão de água.

Fator Animal e Zootécnico: Idade, peso, taxa de ganho de peso, produção de leite, genética e saúde do animal. Cada fase exigirá um consumo diferente como mencionado anteriormente.

Fatores Ambientais: Temperatura, umidade e velocidade do vento. Esses parâmetros vão influenciar se os animais irão aumentar ou diminuir o consumo de água.

Espero que tenham gostado!

 

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quinta-feira, 1 de abril de 2021

Alimentos Energéticos para Suínos


 

Energia é um dos principais componentes a ser considerado na composição da ração, uma vez que todos os animais necessitam de fontes constante de energia proveniente dos alimentos para sobreviver. Alimentos energéticos são aqueles que, durante o processo digestivo, tornam-se fonte direta de energia para o organismo, para que os animais possam desempenhar todas as suas funções normalmente.

O Milho é o ingrediente energético mais utilizado em dietas para suínos, devido a sua elevada concentração de amido e de extrato etéreo. Geralmente o milho possui em sua composição 7,8% de proteína, 3,8% de extrato etéreo e 3.350 kcal/kg de energia metabolizável para suínos, podendo variar de acordo com as condições do plantio (clima, adubação...). Deve-se evitar utilizar isento de toxinas e permitir um máximo de 6% de impurezas para garantir uma dieta de qualidade. A granulometria da dieta na ração também é muito importante, quanto menor a granulometria melhor a digestibilidade, porém deve-se ter cuidado no tamanho da partícula, pois partículas pequenas podem predispor ao aparecimento de ulceras.

O Sorgo é um cereal bastante utilizado na alimentação animal, em dietas de suínos o sorgo pode substituir em até 100% a dieta de suínos, os cuidados ao utilizar o sorgo nas dietas são os mesmos empregados ao milho. A composição do sorgo geralmente é em torno de 8,7% de proteína, 3,2% de extrato etéreo e 3.320 kcal/kg de energia metabolizável para suínos.

O Trigo é um cereal bastante consumido no Brasil, na alimentação animal é bastante utilizado o subproduto da indústria, o farelo de trigo, é um ingrediente que pode ser utilizado como fonte energética e proteica, apresentando aproximadamente 15% de proteína, 3,2% de extrato etéreo e 2.350 kcal/kg de energia metabolizável para suínos. A inclusão de farelo de trigo sugerida para suínos na fase inicial é de até 5%, para fase de crescimento até 15% e para fêmeas em gestação é de até 20%.

O Farelo de Arroz Integral é um subproduto obtido do beneficiamento do grão de arroz sem casca. Em sua composição física está presente o pericarpo, gérmen, fragmento de arroz e uma pequena percentagem de casca, já em sua composição química possui 12% de proteína, 14% de extrato etéreo e 3.000 kcal/kg de energia metabolizável. Apesar de uma boa composição nutricional, este ingrediente apresenta presença de elevados teores de celulose, oxalatos e fitatos, que são fatores antinutricionais. Desta forma, sua recomendação em dietas para suínos pode variar de 5 até 30% para as fases de crescimento, terminação e para fêmeas em gestação.

 Quirera de arroz são os grãos quebrados obtidos no processo de classificação do arroz para consumo humano, que possui níveis nutricionais similar ao milho. A composição nutricional da quirera de arroz é de 8% de proteína, 1% de extrato etéreo e 3.400 kcal/kg. Recomenda-se a inclusão de até 25% na ração de suínos na fase de crescimento e terminação.

Farinha integral de mandioca é um produto obtido através da raiz integral da mandioca. Em sua composição nutricional podemos observar aproximadamente 2,8% de proteína, 0,9% de extrato etéreo e 3.300 kcal/kg de energia metabolizável para suínos. Em dietas para suínos a farinha integral da mandioca pode substituir totalmente o teor de energia do milho para as fases de crescimento e terminação. No entanto, deve-se atentar para os níveis de proteínas e aminoácidos das rações, visto que este ingrediente possui teor de proteína em sua composição muito inferior ao milho.

Farelo de raspa de mandioca é um subproduto obtido da extração do amido da mandioca. Já em sua composição nutricional podemos encontrar valores aproximados de 2,6% de proteína, 0,5% de extrato etéreo e 3.000 kcal/kg de energia metabolizável para suínos. Este ingrediente possui elevado teor de fibra, além uma energia um pouco mais baixa, devendo-se evitar sua utilização na dieta de suínos na fase de crescimento, podendo ser incluído em até 30% em dietas para suínos na fase de terminação.



Atenção: Todos os ingredientes possuem variações em suas composições, devido a diferença de clima, solo, colheita, entre outros. Isso pode alterar o nível que o ingrediente pode ser incluído nas rações. Para realização da inclusão, troca de ingrediente ou ajuste de dieta é importante consultar um técnico na área para que a dieta possa atender as necessidades de seus animais.


Referências: Mafessoni, 2014; Ribeiro Jr., et al., 2018; Zardo e Lima, 1999.

Quem escreve: Liliane Olímpio Palhares

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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Classificação do Suíno Doméstico

 


Os suínos que conhecemos hoje são da família Suidae, subfamília Suinae pertencente ao gênero Sus e espécie Sus scrofa. Os suínos, por tanto, são vertebrados digitígradis, ungulados de dedos pares, da classe dos mamíferos e da ordem dos artiodátilos, ou seja, possuem cascos bipartidos.

Mediante a taxonomia do Artiodactyla os parentes vivos mais próximos dos suínos são os o queixada e o caititu. (família Tayassuidae). As duas famílias compartilham a notável especialização de um disco de focinho terminal, mas diferem porque os Tayassuidae não têm os dedos laterais externos nos pés posteriores e possuem uma área glandular no dorso.

A subfamília Suinae contém três gêneros: o primeiro gênero é o Hylochoerus meinertzhageni, conhecido como porco gigante da floresta; o segundo gênero de Suinae é Potamochoerus, conhecido como belo porco vermelho (Potamochoerus porcus), de florestas de galeria e florestas tropicais na África Central e Ocidental, e o porco-do-mato (P. Larvatus), da África do Sul e Oriental; e o terceiro e mais conhecido, o gênero Sus, corresponde aos suínos domesticados, os quais conhecemos e trabalhamos atualmente. Lembrando que, grupo Sus scrofa, têm mais de uma origem selvagem que foi domesticado ao longo dos anos.


Por: Liliane Olímpio Palhares

Fonte: Albarella et al., 2007

Suínos: Consumo de Água

  A água é o nutriente de maior importância, sua qualidade no sistema de produção deve recebe atenção especial pelos suinocultores. O contro...